22 de junho de 2014

Ambulantes reclamam de baixas vendas no entorno da Fan Fest e Praia do Meio


Nem mesmo o aumento do número de pessoas e turistas circulando em Natal está favorecendo os comerciantes ambulantes que trabalham próximo ao Fifa Fan Fest e na Praia do Meio, na zona leste da cidade. Eles reclamam que as vendas estão muito fracas e que há dias em que muitos passam até 12h para lucrar apenas R$ 24 ao dia. Já em um dia melhor, a margem de lucro pode chegar a R$ 90, que é muito abaixo do lucro obtido em outras épocas do ano. 

“As vendas estão baixíssimas e não lucramos quase nada, está pior do que pensamos. E essa obrigação de só vender os produtos da empresa patrocinadora, de quem tivemos que comprar o kit a R$ 480 para poder receber a autorização para trabalhar aqui, só aumenta o nosso prejuízo. Infelizmente, muitos aqui estão pagando para trabalhar porque passar o dia todo para lucrar apenas R$ 6 a cada 12 latinhas de cerveja é muito pouco”, desabafou o ambulante Ednaldo Souza. 

Ele disse também que atua há 15 anos na Praia do Forte, onde está sendo realizada a Fan Fest, e que esse é um dos piores períodos pelos quais passou desde então. Após meia hora de trabalho, na manhã de hoje (21), ele ainda não tinha conseguido vender nenhuma latinha de cerveja ou refrigerante ou garrafa de água mineral, cujos preços são tabelados em R$ 3 cada. 

“Isso nos prejudica ainda mais, porque as pessoas não aceitam dar R$ 3 em uma garrafinha de água aqui fora. O problema é que lá dentro é o mesmo preço e, como não têm opção, acabam comprando lá mesmo. Esse tabelamento não foi bom para nós, e ainda tivemos que pagar o kit da Fifa para podermos atuar aqui e comprar o material (latas e garrafas) deles mesmo, então, somando tudo isso, não sobra nada para nós lucrarmos”, explicou. 

A mesma situação é vivida por Luiz Antônio, que acrescentou água de coco entre os produtos numa tentativa de lucrar um pouco mais. Ele revelou que, em um bom dia de vendas, consegue lucrar até R$ 90 na comercialização de refrigerante e cerveja. Para ele, o período da Copa seria uma boa oportunidade para ganhar dinheiro, mas hoje, ele não acredita mais nisso. 

“Ninguém quer comprar os produtos aqui fora, pensando que lá dentro é mais barato. E, depois que entra, ninguém quer sair até aqui para comprar a mesma coisa pelo mesmo preço, então, quem nos salva são alguns poucos que passam por aqui. Coloquei coco para vender, porque senão, estaríamos trabalhando de graça para a organizadora”, desabafou.
Fonte: Jornal de Hoje

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