17 de março de 2014

Cresce o número de jovens com má alimentação


De acordo com estudo realizado pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), 44% das crianças entre dois e nove anos, apresentaram taxas elevadas de colesterol total, sendo 36% de LDL, o “do mal” e 56% de triglicérides. Foram analisados 1.937 crianças e adolescentes. Esses últimos apresentaram resultados semelhantes.

“Infelizmente, esse é um contexto, que de certa forma, é cruel com essa geração, porque a criança tem um período muito maior para que haja deposição de colesterol dentro de seus vasos e, consequentemente, no futuro essa geração pode ser penalizada com um número maior de infartos, de tromboses, que são doenças relacionadas à velhice, mas que a gente não sabe como isso vai se comportar daqui a alguns anos”, analisa o endocrinologista Yuri Galeno, ressaltando ser urgente uma mudança nessa realidade. 

Segundo ele, uma forma de mudar seria voltar aos hábitos antigos, consumindo alimentos mais naturais, mais frutas e verduras, fibras — luinhaça, semente de chia, farelo de aveia, quinua, farinha de banana verde. O endocrinologista recomenda também beber mais água, consumir menos alimentos industrializados, pois possuem muito sal/sódio, gordura e açúcar. 

“É preciso aumentar a quantidade de atividade física, tentar diminuir o tempo que a criança passa na frente da televisão, do videogame, pois tudo isso contribui para esse contexto terrível que nós temos hoje, que ninguém sabe o que vai ocasionar para as crianças no futuro”, diz Yuri Galeno. 

Os pais e a escola exercem papel fundamental nesse processo todo. A criança ainda não tem o discernimento de que ela precisa abrir mão do doce hoje para diminuir o risco de se tornar diabética no futuro. E não adianta muita coisa educar mudar os hábitos em casa se a escola também não oferecer lanches saudáveis. 

“Eu percebo que algumas escolas, hoje, já tomam um certo cuidado. Já tentam evitar a questão do refrigerante e tal... mas é uma coisa que está ainda muito no início. Essa educação tem que vir de casa. A criança tem que trazer isso já de casa como hábito. E a escola seria fundamental se ela desse essa contrapartida sim!”, comenta o endocrinologista.
Tribuna do Norte

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